O Neuromarketing é o ramo de estudo que visa pesquisar os comportamentos biopsicossociais dos consumidores no momento de escolher comprar algo, como o que fez ele querer adquirir um determinado produto, optar por uma empresa ao invés de outra, além de outras variáveis que envolvem o ato de consumir.
Para entender melhor o tema, o Jornal do Marketing preparou esse conteúdo explicando os principais tópicos, desde como o neuromarketing surgiu, sua evolução ao longo da história, maneira que é executado e seu auxílio no aumento de vendas de um determinada empresa, confira!
O que é Neuromarketing?
Neuromarketing trata do ramo de estudo e trabalho do marketing responsável por pesquisar e aplicar os fenômenos neurológicos ao âmbito da divulgação e propagação de um determinado serviço ou produto.
O termo neuromarketing é originado da junção das palavras “neuro” (derivada de neurociência) e “marketing”. A partir dos entendimentos da estrutura mental e comportamental de um indivíduo é possível saber como influenciar consumidores a quererem consumir o seu produto.
Ampliando um pouco mais o âmbito da conceituação, os doutores em Administração Gilson Martins Mendonça, Sérgio Reis Coelho e Katya Kozicki, por meio do artigo “O princípio da vulnerabilidade e as técnicas: aprofundando o consumo como vontade irrefletida”, dão um conceito mais conciso sobre o neuromarketing.
Para eles, o neuromarketing trata-se de um novo ramo do estudo que possui a finalidade de investigar os fenômenos responsáveis por influenciar o comportamento do consumidor durante o processo de adquirir um produto ou serviço, usando metodologias trazidas da psicologia e da medicina. A partir dessa compreensão, uma determinada empresa pode aplicar de forma mais clara os elementos que atrairão novos clientes para ela.
E, de acordo com uma pesquisa feita pelos pesquisadores Belintani Shigaki, Helena Gonçalves, Carlos Alberto, Vilar dos Santos e Carolina Pantuza a produção de artigos e trabalhos sobre o assunto aumentaram 2.434 vezes entre 2000 e 2011, no Google Acadêmico. Por outro lado, a partir do final de 2016, houve um aumento exponencial de 7.095 vezes. Confira o gráfico apurado na pesquisa aqui abaixo:
Fonte: NEUROCIÊNCIA DO CONSUMIDOR E NEUROMARKETING: POTENCIAL DE ADOÇÃO TEÓRICA COM A APLICAÇÃO DOS MÉTODOS E TÉCNICAS EM NEUROCIÊNCIA (2017).
É válido ressaltar que o crescimento dos estudos e trabalhos realizados no âmbito do neuromarketing pode ser considerado recente. Entretanto, apesar de ser novo, há uma enorme crescente de publicações e trabalhos feitos sobre o tema.
Como usar o Neuromarketing em seu E-commerce?
O ambiente virtual, onde o E-commerce está inserido, é um local perfeito para aplicar o neuromarketing. Como boa parte da população utiliza as mídias digitais de forma “automatizada”, sem ter nenhuma reflexão, faz com que muitos fiquem propícios a serem influenciados para consumir algo.
Além disso, outra consequência resultante do uso impensado das mídias sociais é o compartilhamento de informações importantes sobre a vida pessoal de cada usuário. A partir do momento que um determinado internauta divulga algo que ele gosta ou não, a plataforma que ele está inserido vai entender quais itens ele tá mais propício a consumir.
O uso do neuromarketing inicia-se pela coleta de dados de determinados usuários, a partir do entendimento de como os indivíduos comportam-se neste ambiente. E assim, criar uma forma de conseguir ofertar um produto que seja interessante para o público, elaborando uma mensagem que consiga persuadir o consumidor a adquiri-lo.
Esse processo à primeira vista parece simples, entretanto, quando analisado de forma mais aprofundada, é possível ver a complexidade de aplicá-la, haja vista o número de variáveis presentes neste processo e como cada um dele afeta o resultado final da campanha de marketing feita por uma determinada empresa de E-commerce.
5 Dicas para usar Neuromarketing em seu E-commerce
Como citado no parágrafo anterior, o uso do neuromarketing no ambiente do E-commerce parece simples em primeira análise, mas é complexo quando ocorre uma profundidade na sua aplicação prática. Como cada item presente em sua aplicabilidade é muito importante para eficácia de seu resultado, é essencial saber como suas etapas funcionam.
Para ter uma noção mais aprofundada do funcionamento da aplicação do neuromarketing em ambiente virtual, além de saber como não cometer equívoco quando for aplicá-lo na empresa que você é dono ou trabalha, confira abaixo 5 dicas para aplicá-lo de forma eficiente:
1 – Utilize a Psicologia das Cores a seu favor
As cores à primeira vista podem parecer um fator irrelevante dentro de uma campanha de marketing. Entretanto, segundo algumas pesquisas realizadas nos últimos anos, as cores possuem um fator de influência altíssima na geração de emoções e ações de vários indivíduos, principalmente no que tange a trabalhos de propaganda e marketing.
Segundo um estudo levantado pela autora alemã Eva Heller, em seu livro “A Psicologia das Cores”: Como as cores afetam a emoção e a razão, as cores conseguem produzir os mais variados efeitos ao subconsciente das pessoas, conseguindo gerar uma emoção diferente a cada situação apresentada.
Um dado bastante útil levantado pela pesquisa deste livro, diz respeito às cores preferidas pelas pessoas. A partir de uma consulta feita com 2 mil homens e mulheres na faixa etária dos 14 a 97 anos na Alemanha, foi apurado o seguinte resultado:
Fonte: A Psicologia das Cores: Como as cores afetam a emoção e a razão (2008).
Considerando o resultado desta pesquisa, podemos notar que a cor azul é a favorita entre as pessoas. A partir da apresentação deste dado, podemos entender que uma campanha que utiliza esta cor em sua campanha, possuirá uma maior possibilidade de ter um engajamento maior, haja vista o grande número de indivíduos que gostam dela.
Como ela é a preferida pela maioria, logo a probabilidade da campanha que utiliza uma predominante da cor azul, pode chamar a atenção de muitas pessoas, gerando uma espécie de bem-estar em um primeiro contato visual. Assim, ocasionando depois uma curiosidade maior para conhecer a marca, tendo como consequência final a aquisição do produto por parte do consumidor.
2 – Crie gatilhos mentais
Os gatilhos mentais correspondem a atividades que o cérebro exerce de forma automática. O neuromarketing possibilita o entendimento para uma boa utilização dos gatilhos essenciais que incentivam a uma determinada compra. Para isso, é essencial desenvolver mecanismos que facilitem ao consumidor tomar decisões de maneira rápida. Conheça mais sobre alguns eles aqui abaixo:
- Urgência: Apresenta um período que o público pode consumir, seja por número de edições ou por conta de um prazo estipulado. A partir disso, o consumidor será persuadido a adquirir o produto de forma rápida;
- Prova social: O uso de dados que apresentam a quantidade de pessoas que já experimentaram o produto ofertado ajuda a convencer o consumidor a confiar mais no que está sendo apresentado, aumentando as chances dele consumi-lo;
- Novidade: É importante divulgar um produto novo ao mercado, principalmente mostrar a forma inovadora que ele resolve um determinado problema.
Ao utilizar esses gatilhos em sua campanha, o seu objetivo poderá ter um alcance maior e claro um resultado mais rápido. Porém, também é importante delimitar corretamente o seu público alvo.
3 – Realize enquetes
A utilização das enquetes serve para conhecer mais a respeito do público que navega pela internet. A partir dos resultados apurados das respostas das perguntas feitas, pode-se ter um entendimento mais claro do perfil dos consumidores, seus gostos, comportamentos e até os principais problemas que eles possuem.
Depois dos dados apurados, a empresa pode organizar de forma mais certeira a campanha de divulgação do seu produto, determinando um público alvo, focando em seus principais gostos e na demonstração de possíveis soluções dos eventuais problemas demonstrados pelo público consumidor.
4 – Demonstre o valor antes da comercialização
Uma boa prática de comercialização de produtos faz com que o público consumidor consiga identificar valor em seu produto ou serviço ofertado, antes mesmo do início de sua campanha de divulgação. A partir disso, é que a transmissão da confiança da qualidade do produto é executada.
Essa apresentação antes da comercialização pode ser realizada de várias formas, seja tirando dúvidas das pessoas, mostrando conteúdos e outros materiais de degustação, oferecendo dicas e conselhos que sejam essenciais que possam mitigar certas dúvidas do público. A partir desta ação, a relação entre a empresa e o cliente diminui, conseguindo fazer com que a probabilidade de consumo por parte do consumidor seja mais alta.
5 – Faça um bom design
O design é o instrumento capaz de centralizar todas as ferramentas e técnicas de neuromarketing citadas anteriormente. A partir de uma imagem ilustrada, o consumidor sempre poderá ver o desenho e já remeter a uma empresa. O exemplo mais conhecido disso é a Apple, no qual toda vez que vemos uma maçã em um aparelho eletrônico, já lembramos dela.
Ela não trata somente de um simples elemento visual, mas também o simbolismo de todas as informações essenciais de maneira prática e otimizada. Sua concepção é pensado na utilização do usuário dentro de um site, aplicativo ou até mesmo do ponto físico de uma determinada empresa.
A partir das cinco dicas acima, já pode ter uma pequena clareza de como aplicar elas dentro do seu E-commerce, conseguindo colocar de forma prática suas campanhas de divulgação, saber as maneiras de conseguir convencer os consumidores a querer adquirir os produtos ou serviços ofertados por ela.
Quais os benefícios de usar o Neuromarketing em seu E-commerce?
Um dos principais benefícios de utilizar o neuromarketing no ambiente do E-commerce é que ele oferece métodos neurobiológicos para entender o comportamento dos indivíduos em perspectiva com os estímulos do marketing, agregando em tempo real um entendimento de como age as áreas mentais para a fisiologia, psicologia e o emocional do consumidor.
A partir deste entendimento, a empresa pode ter uma ideia de como vai realizar uma campanha de marketing, na qual poderá chamar atenção do consumidor, fazendo ele ter diversas reações neurológicas e querer adquirir o produto ou serviço ofertado por ela.
De acordo com a Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, em seu livro “Mentes Consumistas”, o ato de comprar ocasiona uma reação ao cérebro de euforia passageira, no qual diminui o cortisol (hormônio responsável por gerar o stress) e aumenta a dopamina (hormônio que gera a sensação de prazer).
A partir do entendimento da simples reação do ato de consumir gera ao cérebro das pessoas, uma empresa poderá fazer com que o consumidor encontre no produto ou serviço oferecido, uma ideia que a partir da sua obtenção, ela poderá ser mais feliz e diminuir o stress na sua vida. Em suma, seria criando ou detectando algum problema na vida dela, na qual o item ofertado seria a solução.
Em síntese, conhecer mais sobre neuromarketing ajuda bastante em alavancar as vendas de um E-commerce, pois a partir do conhecimento do “modus operandi” da funcionalidade do cérebro, a empresa poderá organizar uma campanha capaz de atingir os gatilhos essenciais para persuadir os consumidores a comprarem seu produto.
Ao decorrer do texto ficou perceptível como o neuromarketing consegue fazer com que uma empresa de E-commerce entenda o comportamento do consumidor, ao ponto de saber quais formas de propaganda podem fazer com que engaje e convença as pessoas comprarem seu produto.
Além da importância, também foi visto como a aplicabilidade do neuromarketing envolve várias atividades, na qual cada uma delas consegue influenciar de forma significativa no resultado final da campanha de divulgação do produto ou serviço ofertado pela empresa. Para mais informações a respeito deste tipo de conteúdo, que ajuda na melhora dos ganhos da sua empresa, acompanhe o Jornal do Marketing.